É dia de doce!

Morar na zona norte tem lá suas vantagens! Principalmente em dias como hoje.

Saindo de casa para trabalhar, tropeço em muitas crianças correndo, com a mochila nas costas e um belo de um sorriso no rosto. Nem precisei olhar o calendário e me situar no tempo pra saber que hoje é dia de São Cosme e Damião!

Que saudades me deu da época que eu faltava aula pra correr atrás de doce. Chegava em casa com a bolsa cheia de saquinho e despejava todos eles dentro de uma bacia. Era doce pra mais de um mês, doce de merenda na escola, doce antes do almoço, doce antes do jantar, doce, doce, doce... Era tão boa essa época que eu e meu irmão trocávamos nossos doces, eu não gostava de Cocô -de-rato e adorava o chup-chup, sempre trocávamos!

No meio desse tropeço, no caminho da minha casa até o ponto de ônibus, fui lembrando de todas as vezes que era eu quem estava atropelando alguém.... Chegando em Botafogo, onde eu trabalho, achei que o dia 27 de setembro já tinha acabado. Não fui atropelada por criança nenhuma, não vi sequer um saquinho de são cosme e damião correndo pelas ruas da zona sul. Será que é mais uma tradição acabando?

Vagão da beat

Como primeira postagem desse blog, quero relatar uma experiência da manhã de hoje: Uma viagem de trem de Madureira até a Central do Brasil ás 9 da manhã pode ser agradável, pergunte-me como? Eu respondo.

É muito engraçado entrar em um vagão de trem da Supervia lotado, de manhã cedo. As pessoas estão indo trabalhar e já estão com caras de cansada, exaustas com o calor e as más condições que esse transporte oferece. Mas não é sobre isso que quero falar, e sim sobre como essa mesma viagem pode parecer tão agradável e engraçada a partir de um fone no ouvido.

Hoje foi um desses dias que reparei isso e percebi que era notícia. Estava eu, arrumada, indo pro estágio, mal conseguia segurar, pois o vagão estava tão cheio que não precisava, nao tinha pra onde cair. Do nada, olho para um homem que estava na minha frente, acho que era uma das poucas pessoas que não estava incomodada com a situação, pois estava sorrindo... Ele ria muito, às vezes alto até, balançava a cabeça como se estivesse participando do assunto que estava ouvindo. Eu fui reparando nele de Madureira até a Central.

Sabe como é jornalista neh?! Queremos saber tudo. Não resisti, quando o trem parou na última estação eu fui até ele e perguntei: - Oi , desculpa minha intromissão, reparei que o Senhor interagiu com o fone de ouvido durante todo o percurso, o que estava ouvindo? Ele se virou pra mim e disse: - Minha filha é tanta desgraça nesse mundo, que eu não leio mais jornal e nem escuto as rádios de notícias de manhã. Eles só noticiam trânsito, assalto, morte... tô cansado disso, já enfrento esse trem todos os dias, se eu ficar estressado logo de manhã meu dia não rende. Eu estava ouvindo o programa da Beat 98, agora aquele menino que faz a Valéria tá lá com o locutor, eles fazem piada de tudo.... Acabo me distraindo e não vejo a viagem passar.

Achei isso muito interessante, como algo que muitas pessoas julgam ser de baixo nível, nada intelectual e todos os adjetivos ruins pode destraír o ínicio turbulento de um trabalhador, e decidi postar para abrir o blog.

Meus próximos post serão sobre essas formas de comunicação! Vamos abrir essa discussão aqui?!